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VÍDEO: Como a colostragem garante o desenvolvimento dos bezerros

VÍDEO: Como a colostragem garante o desenvolvimento dos bezerros

24 jun 2024
Paloma Griesang

Quando pensamos em bem-estar animal, não podemos nos esquecer do cuidado voltado aos bezerros. Eles são, naturalmente, mais frágeis que os animais adultos. Isso porque são imunossuprimidos, com baixa reserva de energia e nutrientes, e ainda expostos a patogênicos. A placenta bovina não permite a transmissão de imunoglobulinas da mãe para o feto durante a gestação.

É por isso que o colostro é fundamental aos recém-nascidos. O colostro é a primeira secreção da glândula mamária após o parto. Nas primeiras horas de vida o intestino do animal tem maior capacidade de absorção de imunoglobulinas, por isso a ingestão de colostro deve ocorrer nesse período. Essa é a maior ferramenta de proteção até que o bezerro passe a produzir as próprias células de defesa, em geral a partir de 4 a 6 semanas de vida.

O professor Marcelo Cecim reforça que a boa saúde de uma bezerra nos primeiros meses de vida começa com uma colostragem bem-feita. Ele alerta que um bom colostro começa com os passos que vêm antes do parto. “Olhar o conforto da vaca seca. A vaca seca deve ser tratada como a garantia de que teremos um colostro de qualidade para garantir a saúde da bezerra”, reforça.

Ele salienta que a colostragem bem-feita começa com um pré-parto confortável. “Com uma obtenção de colostro o mais rápido possível, a avaliação desse colostro e aí a garantia de que o animal está consumindo, nas suas primeiras seis horas de vida, em torno de 15% do seu peso corporal em colostro”, explica.

Cecim aponta ainda que hoje é possível fazer a correção de um colostro que não esteja sendo eficiente, por meio, por exemplo, da medição de brix. “Caso ele se pobre e eu não tenha um banco de colostro, posso enriquecer com o colostro em pó e garantir que esse animal vai consumir um colostro de qualidade nas suas primeiras seis horas de vida”, finaliza.

Por que é importante?

O êxito na bovinocultura leiteira é construído desde os manejos iniciais na fase de cria. A colostragem é um dos principais fatores de saúde e sobrevivência das futuras vacas. Além do momento certo, o manejo do colostro deve ser realizado em volume e qualidade adequados, entre outras recomendações que irão impactar os resultados obtidos no decorrer da vida produtiva do animal.

Nossas recomendações

Seguir algumas orientações pode ajudar a obter uma colostragem com mais qualidade e efetividade. A seguir, as nossas recomendações:

• A obtenção do colostro deve ser a mais higiênica possível.

• A propriedade deve possuir banco de colostro, ou seja, freezer no qual o colostro é acondicionado após ser armazenado em sacos plásticos tipo ziplock ou vasilhames de altura baixa. Todo colostro armazenado deve conter registro da data de coleta, vaca provedora e qualidade mensurada.

• O armazenamento do colostro deve ser realizado logo após a coleta, em temperaturas inferiores a 4ºC.

• Todo colostro oferecido ao neonato ou armazenado deve ser de qualidade validada pelo colôstrometro (50 a 140 mg/mL) ou refratômetro/brix (>25%). Caso não atinja esses valores, pode ser enriquecido com colostro em pó.

• O colostro fornecido deve corresponder ao volume de, no mínimo, 10% do peso corporal do neonato, durante as primeiras 2h de vida, e 5% do peso corporal, nas 10h seguintes, de forma a totalizar 15% do seu peso corporal nas primeiras 12h de vida.

• O colostro deve ser descongelado em banho-maria, sem ultrapassar a temperatura de 50ºC, para evitar a destruição de constituintes sensíveis ao calor, como as imunoglobulinas.

• O colostro deve ser fornecido em temperatura próxima à corporal dos bezerros (39ºC aproximadamente), via mamadeira, balde ou sonda.

• O protocolo ou Procedimento Operacional Padrão (POP) para fornecimento de colostro deve ser afixado em local acessível aos colaboradores do setor.

• Entre 24h a 160h após o fornecimento do colostro, recomenda-se a avaliação da eficiência de transferência de imunidade passiva, a qual tem meta de 40% dos animais com Brix acima de 9,4% e menos de 10% dos animais com brix abaixo de 8,1%, na avaliação do soro sanguíneo.

Veja como é o colôstrometro:

Mais informações no nosso Manual de Bem-Estar Animal

Crédito da foto: Emrullah Karaca / Pexels

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