Bem-estar Animal
Ver TodasVÍDEO: Higiene significa conforto para o rebanho
Manter os animais em condições adequadas de higiene é fundamental para o bem-estar, uma vez que tem relação com o desconforto sentido por eles. Além disso, a sujidade é fonte de microrganismos indesejáveis para a glândula mamária e para o leite. Diversos fatores contribuem para o acúmulo de sujidades, mas o local onde os animais permanecem deitados é o principal deles.
Para avaliar essa questão, existe o escore de sujidades, ou escore de higiene. Ele é uma ferramenta que permite realizar a análise do conforto dos animais e da qualidade das instalações. Por meio desta classificação é possível indicar reformas estruturais e mudanças no manejo geral das instalações, com o objetivo de fornecer ambientes com mais bem-estar e saúde aos rebanhos.
O professor Marcelo Cecim considera que, de todos os escores utilizados na criação de leiteira, este seja, talvez, o que melhor representa o bem-estar dos animais. Isso tem um motivo: vacas odeiam deitar-se em locais molhados e na sujeira. “Elas só fazem isso porque estão extremamente cansadas e não se aguentam mais em pé”, reforça.
Ele salienta que uma vaca com sujeira na barriga e nas costelas é, provavelmente, uma vaca que aguentou o máximo que pode em pé e então teve que deitar-se. Segundo ele, há um estudo que indica que vacas preferem passar fome do que se deitar no molhado.
Um animal que se deita só quando não aguenta mais, por exemplo, é um animal que terá problemas de casco. “85% da ruminação se dá com a vaca deitada, ela vai ruminar menos, se ela ruminar menos, o rúmen esvazia mais devagar, e ela vai comer menos também”, explica. Isso se reflete em animais doentes, que produzem menos e que, até mesmo, poluem mais, pois se geram mais metano.
Assim, o professor defende que estar atento às condições de higiene representa, além de conforto ao animal, lucratividade ao produtor e respeito ao meio ambiente.
Por que é importante?
A presença de sujidades favorece o contato com patógenos clínicos de importância, como Straphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae, sendo associados, assim, à mastite. A enfermidade representa queda no volume e na qualidade do leite produzido e, como consequência, gerando impacto econômico. Assim, o escore de higiene se torna uma ferramenta vital às fazendas.
Como o escore é feito
Para determinar o escore de higiene, deve ser realizada a avaliação visual do acúmulo de matéria orgânica em superfícies corporais específicas (pernas, flancos, abdômen e úbere do animal), para posterior atribuição de nota classificatória.
As notas classificatórias são:
Algumas recomendações:
• Selecionar, de forma aleatória, o lado do animal a ser avaliado.
• A porcentagem do rebanho com escores 3 e 4 deve ser inferior a 10%. Caso seja superior a 10%, é necessário identificar os pontos estruturais e/ou de manejo a serem modificados.
• Para que as instalações forneçam bem-estar aos animais, é fundamental manter as camas limpas e livres de umidade, remover sujidades da pista de alimentação e limpar o barro e o esterco dos corredores de acesso aos piquetes e à sala de espera da ordenha.
Mais informações no nosso Manual de Bem-Estar Animal
Crédito da foto: vwalakte / Freepik