Bem-estar Animal

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VÍDEO: Como a qualidade dos alimentos garante uma produção melhor e segura

VÍDEO: Como a qualidade dos alimentos garante uma produção melhor e segura

24 jun 2024
Paloma Griesang

A primeira liberdade do bem-estar animal define que os animais precisam ser livres de fome e sede. Pode parecer óbvio, porque animais que não comem e não bebem não produzem. Mas apenas comer e beber não é suficiente. É preciso garantir que os alimentos e água sejam de qualidade e fornecidos de forma correta.

Grandes quantidades de alimentos de qualidade são fundamentais para o sucesso na atividade leiteira. Uma boa alimentação dever sempre ser baseada nas exigências nutricionais e fisiológicas de cada categoria animal.

Formulação de dietas balanceadas com alimentos de qualidade é ferramenta essencial para atender as necessidades nutricionais e energéticas dos rebanhos, atingido alto desempenho produtivo do animal e lucratividade.

Embora a oferta de produtos e ingredientes seja vasta, é importante sempre estar atento às condições do alimento e de seu armazenamento, pois existem fatores patogênicos. É preciso que as opções tenham qualidade assegurada e origem comprovada.

No que se refere aos alimentos, o professor de Medicina Veterinária da UFSM e administrador do perfil @traduzindovacas, Marcelo Cecim, salienta que as vacas são seres que gostam de fazer coisas juntas, inclusive comer. “É fundamental que consigamos garantir espaço de cocho suficiente e acesso fácil a esse cocho. Para que todas as vacas comam ao mesmo tempo”, esclarece.

Ele explica que quando isso não acontece, as vacas dominantes acabam tendo acesso primeiro à comida mais fresca e as vacas submissas acabam sempre comendo o que sobrou. “Se entende que cerca de 80cm lineares por vaca são suficientes. Quando se tem vacas e novilhas misturada esse tamanho deve ser maior, em torno de 1 metro de cocho”, complementa.

Cecim indica ainda que vacas confinadas devem fazer em torno de 10 a 12 refeições por dia. “Para isso temos que garantir que exista sempre comida fresca na linha de cocho”, defende.

Conforme o professor, em torno de 60% desse alimento é ingerido na manhã. “Portanto, a servida da manhã, quando elas são servidas duas vezes por dia, deve ser maior que a servida da tarde”, aponta.

Já as vacas em pastejo, costumam fazer dois grandes picos de pastejos quando a temperatura é amena, e três quando é calor. Ele salienta que no verão, as vacas buscam horários da madrugada para fazer o pastejo. “É fundamental que elas tenham acesso ao pasto à noite”, pontua.

Alimentos não permitidos são risco para a agropecuária

A alimentação representa boa parte do investimento feito na produção. Por isso, muitos produtores se sentem tentados a utilizar opções que sejam mais baratas para otimizar os custos. Porém, nem sempre elas são as mais corretas e seguras.

Um exemplo, é o uso de alimentos proteicos de origem animal na dieta de ruminantes. Apesar de terem vantagem econômica, eles são associados a doenças por carregarem agentes infecciosos de caráter zoonótico, ou seja, que podem ser transmitidos de animais para humanos.

Foi por isso que a Instrução Normativa nº 041/2009, do Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) proibiu a utilização de qualquer alimento ou resíduo que contenha proteína de origem animal na alimentação de ruminantes.

O professor Cecim explica que, diferente de aves e suínos que são onívoros, as vacas são essencialmente vegetarianas. “Embora tenha se usado produtos de origem animal na alimentação, hoje entendemos que isso é um risco enorme, e um risco para a saúde humana”, reforça.

O professor chama atenção para o fato de que em todos os casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), mais conhecida como “Mal da Vaca Louca”, analisados até hoje, as fazendas utilizavam algum subproduto de origem animal na alimentação do gado. “Isso acaba sendo um risco para a saúde humana e para toda a pecuária nacional. O Brasil é livre do “Mal da Vaca Louca” e precisamos manter o país assim”, alerta, reforçando que uma das medidas para isso é garantir que nenhum ruminante tenha acesso a produtos de origem animal. “Sejam farinhas de frigoríficos, sejam dejetos de suínos e aves. Isso teria um impacto imensurável em todas as fazendas do Brasil, mesmo nas que nunca usaram esse tipo de produto”, salienta.

É preciso prestar atenção em alguns pontos para garantir a segurança dos alimentos oferecidos: se no rótulo não consta “uso proibido na alimentação de ruminantes”; se o produto estampa as informações de registro no rótulo; e guardar notas fiscais e comprovantes de compra.

Outras dicas

• Não é permitido usar antibiótico como promotor de crescimento.

• Alimentos devem ser acondicionados em locais cobertos.

• Realizar análise laboratorial a cada mudança de partida/formulação.

• Quantidade fornecida de acordo com o escore dos cochos e necessidades de cada categoria.

• Alimentos livres de mofo ou deterioração.

• Realizar limpeza dos cochos antes de novas refeições.

• Aproximar o alimento dos animais várias vezes ao dia.

• Realizar controle de pragas.

• Cochos compostos por materiais que não predisponham acidentes com os animais e trabalhadores.

Mais informações no nosso Manual de Bem-Estar Animal

Crédito: Seniv Petro/ Freepik

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