Bem-estar Animal
Ver TodasVÍDEO: Porque a água é o principal “alimento” dos rebanhos
O bem-estar animal é uma preocupação cada dia mais presente dentro do agro. Além das questões éticas envolvidas, o bem-estar animal também representa mais produtividade e qualidade. Animais respeitados, saudáveis e bem-cuidados são animais que produzem mais e melhor.
E o tema tem ganhado, cada vez mais, bases que sustentam as melhores práticas a serem adotadas no campo. Uma das principais abordagens para aplicação de uma boa política de bem-estar animal nas fazendas são as “5 liberdades”. Cada uma delas, aborda um aspecto do qual ou para o qual os animais precisam ser livres.
A primeira delas, é que os animais precisam ser livres de fome e sede. Pode parecer óbvio, porque animais que não comem e não bebem não produzem. Mas apenas comer e beber não é suficiente. É preciso garantir que os alimentos e água sejam de qualidade e fornecidos de forma correta.
E você sabia que a água é o principal “alimento” das vacas? Não que ela substitua o alimento, ou seja mais importante, mas ela é responsável por boa parte da produção, e os animais precisam dela em grande quantidade e frequência.
Entre os bovinos leiteiros, o consumo de água varia de acordo com a idade, alimentação, condições externas do clima e ambiência. As fêmeas também possuem alguns fatores particulares, como período de gestação e produção do leite. As estimativas indicam um consumo de cerca de 115 a 190 litros de água por vaca ao dia, sendo que o líquido fornece de 60% a 80% das necessidades hídricas dos animais. “A água é, com certeza, o principal alimento”, opina o professor do curso de Medicina Veterinária da UFSM e administrador do perfil @traduzindovacas, Marcelo Cecim.
Além de ser essencial à vida dos animais, a água é essencial também à produção. Ela é responsável por 87% da composição do leite produzido pela vaca. Vacas leiteiras passam cerca de 20 a 30 minutos do dia bebendo água. Conforme pesquisadores, cerca de 60% da necessidade diária de água é consumida pelas vacas na saída da ordenha.
O baixo consumo hídrico pode causar diversos problemas no rebanho como queda da função imunológica, associada, por exemplo, ao aumento da contagem de células somáticas (CCS), deficiência no sistema reprodutivo, redução do consumo de MS, distúrbios metabólicos.
“É importante que as vacas tenham acesso à água na maior parte do dia, para que elas possam continuar mantendo o seu comportamento ingestivo natural. Isso se torna um desafio quando temos piquetes de pastagens onde, muitas vezes é difícil de se levar água”, considera.
O professor alerta ainda para a importância de estar atento, também, à limpeza e temperatura da água. “A água limpa vai ser consumida em um volume muito maior. A vaca vai escolher menos o cocho onde vai beber quando a água estiver limpa. A temperatura, em média ideal, deve ficar entre seus 17 e 25 graus”, ensina.
Outras dicas
• Bebedouros na sala de espera e saída da ordenha
• Pelo menos dois bebedouros coletivos nas áreas de permanência para evitar disputas.
• Na saída da ordenha, bebedouros lineares com espaçamento correspondente a 60cm vezes o número de vacas que saem ao mesmo tempo.
• Material dos bebedouros de boa resistência, fácil manutenção e que não contaminem a água.
• Bebedouros limpos com frequência impedindo acúmulo de sujidades.
• Extensão dos bebedouros de pelo menos 6cm/animal.
• Evitar acúmulo de lama e matéria orgânica perto dos bebedouros para que o acesso não seja impedido.
• Considerar estratégias para driblar faltas sazonais de água.